sexta-feira, 23 de março de 2012


 São Miguel pede socorro!


Você se sente seguro ao transitar pelas ruas de nossa cidade? Eu não. Sei que para alguns a culpa é do gestor público atual, para outros, das gestões anteriores, da polícia, da justiça... Bom, sei que minha não é. Assaltos, latrocínios, comercialização de drogas, enfim, é o crime fazendo parte do dia-a-dia da população miguelense. Lembro-me do tempo de que quando ouvia alguém gritar “é um assalto” estava apenas reclamando do preço elevado de algum produto que desejava comprar. Hoje, dezenas de pessoas são abordadas diariamente por um bando de “cabra de peia” que roubam e, se necessário, matam discriminadamente.
Fico preocupado em perceber como a morte tem sido assistida de forma passiva pela nossa sociedade. Note quantos acessos são feitos em uma página que registra um homicídio em relação a uma noticia de outro gênero. O espetáculo de morte tem causado mais interesse do que o da vida. Augusto Cury, renomado escritor (mas também médico, psiquiatra e psicoterapeuta) me apresentou através de uma de suas obras um termo que penso se enquadrar bem no que diz respeito ao perfil dessas pessoas. O termo utilizado por ele é “psicoadaptação” que é a incapacidade de emoção humana de reagir na mesma intensidade frente à exposição do mesmo estímulo. Quando nós expomos a estímulos que nos excitam negativa ou positivamente, com o tempo perdemos a intensidade de reação emocional. Enfim, nos psicoadaptamos a eles. Ele ainda cita como exemplo desse fenômeno o fato de muitos soldados alemães expostos a propaganda nazista assassinarem crianças judias e, em seguida, irem para casa brincar com seus filhos como se nada não tivesse ocorrido.
Será que perdemos a sensibilidade diante da constante onda de criminalidade em nossa cidade? Será que as mortes das pessoas servem apenas como mais um número para as estatísticas criminais? Será que o fato de não haver nenhuma morte no noticiário nos entedia?
Há muita gente intrigada com as previsões do fim do mundo para este ano. Mas a verdade é que para as famílias que foram vitimadas com a perda de um ente querido, é como se o mundo delas tivesse acabado naquele momento. Há sempre o mundo de alguém sendo destruído. Será que eu ou você estamos imunes a essa situação? Penso que não...
Para piorar ainda mais o quadro, a imagem da policia local foi abalada com a notícia de que estaria praticando extorsão contra os traficantes. Em nota, o subcomandante desmente a informação e diz que seria impossível que seus subordinados se envolvessem com a criminalidade. Olha, de verdade, gostaria demais de acreditar nessa afirmativa e poder dormir hoje dando graças a Deus pelas palavras do oficial de polícia. Mas que, quando me deparo com a realidade em meu dia a dia, fico com uma “pulga atrás da orelha”. Não sei se no caso do Pelopes (Pelotão de Operações Especiais), mas tem tanta gente que veste a farda de polícia para camuflar sua vida criminosa que vai desde estar parado nas curvas das ALs (rodovias estaduais) para receber dez reais de motoristas que estão com alguma irregularidade em seu veículo, até outras que tenho receio até de mencionar. Mas, se alguém pode ficar calado (nesse caso, não multar o motorista infrator) por causa de 10 reais, será que faria diferente com propinas que podem chegar a dois, três (ou mais) mil reais? Outro questionamento que faço é “será o tráfico poderia ser tão forte como é na atualidade sem a participação de gente poderosa?” Mas, já estou me calando, é perigoso andar por esse caminho. Mas e você, o que acha? Vamos combinar o seguinte, vote nas duas enquetes que postamos a partir de hoje, a primeira é se “você se sente seguro ao andar pelas ruas de São Miguel” e a segunda “Corrupção policial é ficção ou realidade?” Vote agora, certo?

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