Após pressão, prefeitura volta atrás e cancela o
corte de 40% de salários dos professores no Ceará
Menos de um mês após tirar dos professores da rede municipal uma gratificação que corresponderia a 40% dos salários, a prefeitura de Juazeiro do Norte (a 548 km de Fortaleza) não resistiu à pressão popular e voltou atrás.
Nesta sexta-feira (28), após reunião
com a categoria e o MP-CE (Ministério Público do Ceará), a prefeitura anunciou
a recomposição dos salários, na forma como era anteriormente.
"Nós assinamos um TAC (Termo de
Ajustamento de Conduta) com o MP, e vamos encaminhar uma nova uma mensagem ao
Legislativo para algumas alterações do plano", disse a procurador do
município, Mariana Gurgel, que representou a prefeitura no encontro.
Segundo ela, com o TAC, os 40% de
gratificação volta aos vencimentos dos professores. "Na verdade nunca
houve desconto. "Nós tínhamos incorporado 10% da gratificação aos
salários. Com essa nova mudança, permanecerá os 40% de gratificação à regência
para professores em sala de aula ou do suporte pedagógico. Os professores de
área administrativo não receberão", disse.
Com a decisão, os professores também
decidiram encerrar a greve que
durou 17 dias. As aulas devem voltar à normalidade na próxima segunda-feira
(1º).
Segundo o vice-presidente do
Sindicato dos Servidores Municipais, Marcelo Alves, a nova decisão da
prefeitura foi uma "grande vitória" do movimento sindical e popular
do Juazeiro do Norte.
"Nós conseguimos que ele
voltasse atrás quase que totalmente na mudança do nosso PCCR, que reduzia o
salário, mas também nos tirava direitos", disse.
Segundo Alves, com a decisão, a greve
está suspensa até o dia 31 de julho. "As aulas serão retomadas, mas demos
um prazo de um mês para que a prefeitura envie e a Câmara aprove as mudanças
acertadas no TAC. Caso isso não ocorra, retomaremos a greve", afirmou.
O corte
Os professores da rede municipal de
Juazeiro do Norte tiveram seus salários reduzidos em até 40%, aumento na carga
horária, além de outras mudanças regidas no PCCR (Plano de Cargos, Carreira e
Remuneração), aprovado no último dia 6 pela Câmara de Vereadores.
A sessão foi marcada por protestos
dos professores. Após a aprovação, houve uma comoção municipal e foi criado um
movimento pedindo a recomposição salarial dos professores.
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