sábado, 19 de abril de 2014

Brasil, o “forão” da América


Às vezes um erro de grafia, mesmo casual, é revelador. Isso ocorre no caso do “Brasil, forão da América” que, entre outros deslizes de revisão, adorna a letra do Hino Nacional que consta dos cadernos escolares distribuídos por uma prefeitura do interior mineiro, conforme noticiado esta semana.
 
O fora (“mancada”) aumentativo dado pela secretaria de Educação de Vespasiano acaba sendo um daqueles achados poéticos que sintetizam algo maior: no caso, o desdém com que a educação é tratada no Brasil em todos os níveis de governo, por todos os partidos, em todas as gerações desde que o Hino Nacional foi composto, pelo menos.
Um desdém que ameaça deixar nosso país fora – mais do que fora, forão, para forjar um subversivo aumentativo de advérbio – de qualquer galeria internacional de nações decentes que venha a se constituir no futuro.

Ou alguém imagina ser coincidência que, apenas neste mês de abril que mal passou do meio, uma notícia como a do “forão da América” tenha disputado espaço na imprensa com o Ácre e o Espíritu Santo de uma cartilha perpetrada no interior de São Paulo e com a grotesca questão de filosofia baseada no “pensamento” de Valesca Popozuda em Brasília?


Será que, também em relação à educação, o Brasil vai ficar “deitado eternamente em berço esplêndido”?

veja.abril.com.br


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