PADRE QUE CHAMOU EVANGÉLICOS DE ‘OTÁRIOS’ SERÁ
AFASTADO DA IGREJA
Em documento,
colegas alegam que o padre Paulo Ricardo vem ofendendo e denegrindo a imagem
dos párocos locais.
O
arcebispo de Cuiabá, dom Milton Santos, deverá decidir se acata ou não um
pedido de afastamento das funções protocolado contra o padre Paulo Ricardo de
Azevedo Júnior, que atua na capital. O pedido foi feito por meio de uma carta
aberta, assinada por 27 padres e protocolada junto à Mitra Arquidiocesana e à
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
No
documento, cuja cópia foi obtida pelo MidiaNews, os colegas alegam que o padre Paulo Ricardo
vem ofendendo e denegrindo a imagem dos párocos locais, com sermões
austeros e ofensivos contra os sacerdotes. Os nomes dos padres que assinaram o
documento não foram divulgados pela Arquidiocese.
O estopim
O
começo dos problemas entre o clero aconteceu no “Vinde e Vede”, tradicional
evento católico realizado no período de Carnaval em Cuiabá. Em uma palestra, o padre Paulo Ricardo insinuou que o
“espírito mundano” entrou na Igreja por causa de padres que, na opinião
dele, não mantém uma postura adequada.
“Quantos padres foram
tomados completamente pelo espírito do mundão. Tá entendendo? Caíram no mundão,
no mundo (…) Quer dizer que estão no mundão, tão na festança, tão no pecado.
Não querem mais ser padres. Querem ser boy. Querem tar (sic) na moda. Tá entendendo?
Querem ser iguais a todo mundo. Padre que quer ser igual ao mundo!”, afirmou o padre em
sua palestra, que foi difundida pela internet, pelo site YouTube e pelas redes
sociais.
Para
os sacerdotes que assinaram o documento contra o religioso, a afirmação do
padre, além de leviana, é uma grande ofensa aos padres de Cuiabá. “O
moralismo crispado e falso de Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior reduz a
rica tradição da Igreja a um pequeno número de normas e restrições, com uma
verdadeira obsessão de traços patológicos pelo uso da batina, fato que provocou
recentemente um grande desgaste ao clero e ao povo da Arquidiocese de Cuiabá e
volta a provocar agora, na 26ª edição do ‘Vinde e Vede’”, diz trecho do
documento, que pede o afastamento do religioso.
Para
os colegas, o padre se coloca como Deus e julga centenas de religiosos que
dedicam sua vida à igreja católica, além de espalhar a discórdia entre os
fiéis. “Colocando-se
talvez no lugar de Deus, Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior julga e condena
inúmeros irmãos no sacerdócio que levam vida ilibada e que são reconhecidamente
compromissados com o Evangelho, com a Igreja e com o Reino de Deus. Ele espalha
discórdia e divisões desnecessárias e prejudiciais ao crescimento espiritual do
clero e do povo de Deus”, relata o documento.
“Saúde
mental”
Os padres ainda pendem
o afastamento imediato do colega das funções de magistério que exerce, pois,
para eles, padre
Paulo “não tem saúde mental para ser formador de futuros presbíteros”.
Os
padres também pedem que ele seja afastado de todos os meios de comunicação
social. Atualmente, o padre mantém programas de TV pela internet e pela TV
Canção Nova, além de um blog na internet.
Fiéis
adeptos à ideologia do padre Paulo Ricardo lançaram, na internet, uma campanha
de apoio ao religioso. Uma petição pública eletrônica foi criada no sentido de
apoiar a conduta do padre.
A
reportagem entrou em contato com a Arquidiocese de Cuiabá. A secretária do
órgão explicou que os dirigentes da igreja e o arcebispo Dom Milton estão em
retiro espiritual que só termina na sexta-feira.
O padre Paulo Ricardo
também foi procurado pelo seu celular. Mas, a ligação da reportagem não foi
atendida.Fonte: http://www.alagoasnoticias.com.br
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