RESULTADO DA ENQUETE E EDITORIAL
Ouvi um conto que discorria sobre as constantes mudanças de governos e a
postura de um velho camponês sobre os novos imperadores. Não lembro com
exatidão, mas é mais ou menos assim:
Na China antiga havia um imperador que adorava a reputação que possuía de
ser um dos mais tiranos e perversos. Oprimia o povo, cobrando taxas e tributos
elevadíssimos e não admitia qualquer manifestação contrária a seu governo,
reprimindo e até executando aqueles que assim procedessem. Sempre que o
Imperador ia dar seu passeio matinal com sua comitiva, se deparavam com um
velho camponês que quando o avistava, reverenciava-o e gritava: “Vida longa ao
imperador!”. Só que ao invés de sentir-se lisonjeado, o imperador começou a
desconfiar que o ancião falava aquilo com ironia, pois ele próprio sabia que
seus súditos desejavam sua morte por causa de suas maldades, por que aquele
senhor pensaria diferente? Sendo assim, ordenou que um dos guardas trouxesse o
velho a sua presença e lhe disse:
- Tenho ouvido suas saudações e acredito que não são verdadeiras, por
isso o sentencio a morte!
O velho, muito humildemente retrucou:
- Não meu Imperador, todas as vezes que
clamo por vida longa ao senhor falo do mais profundo do meu coração e explico o
porquê. Já possuo mais de cem anos e sou remanescente do governo de seu avô.
Esse era tão ruim pra seu povo, que não se imaginava que surgiria um pior. Quando
esse morreu surgiu seu pai, ainda mais perverso que seu avô. Com a morte deste,
veio o senhor, o pior de todos... Quando eu clamo: “Vida longa ao imperador”, é
que temo por sua morte e que seu filho venha reinar em seu lugar e, pela ordem
natural, seja pior que o Senhor, portanto, repito: “Vida longa a imperador!”.
Há pouco mais de seis meses, via nas ruas, estabelecimentos públicos e
privados, igrejas, residências e demais localidades uma grande ansiedade com
relação ao resultado do Tribunal Superior Eleitoral no tocante a Cassação do
Mandato da então prefeita Rosiane Santos e, consequentemente, a posse de George
Clemente como novo prefeito da cidade de São Miguel dos Campos. Bom, foi o que
de fato aconteceu. Prefeita cassada, novo prefeito assumindo, aleluia! Agora
tudo vai mudar...
Sem ser partidário, pois em minha matéria intitulada “15 ou 40?”, mostro
a minha indignação sobre as brigas promovidas em cima desses números e não em
ideologias, mas a decisão do TSE parecia agradar a grande maioria da população
miguelense (repito essa era a impressão que tinha no momento). Os funcionários
públicos (exceto os de cargo de comissão, evidente) estavam insatisfeitos pelos
baixos reajustes salariais da antiga gestão. Eu, como funcionário da educação,
passei um ano sem reajuste, mesmo realizando greves, paralizações e
mobilizações... O resultado da greve? Corte de salários, lembram? Acho que não.
E você servidor da saúde, guarda municipal enfim, servidores em geral, como
avaliam aquele tempo?
Bom, dai veio a gestão do PSB na pessoa de George Clemente. A grande
mudança que presenciei foi às cores dos prédios públicos. Agora é tudo verde e
amarelo! Mudança na educação? Houve sim! Escolas em verde e amarelo. Mudança na
saúde? Também. Nas cores da nossa seleção! Carrinhos de mão dos que “pegam
carrego” na feira, verde e amarelo! Outra coisa também posso imaginar que tenha
mudado. O saldo da conta corrente do fornecedor dessas tintas que modificou a
paisagem de São Miguel!
Daí, começo a ouvir a insatisfação de muitos (acredite, até pessoas da
base aliada, viu). São recorrentes as reclamações que ouço nas mesmas
repartições e localidades que citei no início da matéria. Dizem: “O prefeito
está ruim”, “Não está cumprindo bem seu mandato”, “As obras estão paradas”,
“repasses de verbas não estão sendo feitos”, etc, etc, etc. Já diriam os que
vivem perigos na série de Chapolin Colorado, “e agora, quem poderá nos
defender?”. Já ouço dizer que a resposta mais adequada seja Nivaldo Jatobá. Isso
mesmo, o 15. Exatamente o mesmo que passou 16 anos governando São Miguel.
Só assim, fico na dúvida. Que versão seria a 2013 de NJ? A excelente do
primeiro mandato, a boazinha do segundo, a ruim do terceiro ou a péssima do
quarto? Bom, claro que não há nada definido, ao menos para nós meros eleitores.
Tratarei ainda mais sobre esse tema nas próximas postagens.
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