domingo, 29 de abril de 2012




RESULTADO DA ENQUETE E EDITORIAL

Ouvi um conto que discorria sobre as constantes mudanças de governos e a postura de um velho camponês sobre os novos imperadores. Não lembro com exatidão, mas é mais ou menos assim:

Na China antiga havia um imperador que adorava a reputação que possuía de ser um dos mais tiranos e perversos. Oprimia o povo, cobrando taxas e tributos elevadíssimos e não admitia qualquer manifestação contrária a seu governo, reprimindo e até executando aqueles que assim procedessem. Sempre que o Imperador ia dar seu passeio matinal com sua comitiva, se deparavam com um velho camponês que quando o avistava, reverenciava-o e gritava: “Vida longa ao imperador!”. Só que ao invés de sentir-se lisonjeado, o imperador começou a desconfiar que o ancião falava aquilo com ironia, pois ele próprio sabia que seus súditos desejavam sua morte por causa de suas maldades, por que aquele senhor pensaria diferente? Sendo assim, ordenou que um dos guardas trouxesse o velho a sua presença e lhe disse:
        
- Tenho ouvido suas saudações e acredito que não são verdadeiras, por isso o sentencio a morte!

         O velho, muito humildemente retrucou:

         - Não meu Imperador, todas as vezes que clamo por vida longa ao senhor falo do mais profundo do meu coração e explico o porquê. Já possuo mais de cem anos e sou remanescente do governo de seu avô. Esse era tão ruim pra seu povo, que não se imaginava que surgiria um pior. Quando esse morreu surgiu seu pai, ainda mais perverso que seu avô. Com a morte deste, veio o senhor, o pior de todos... Quando eu clamo: “Vida longa ao imperador”, é que temo por sua morte e que seu filho venha reinar em seu lugar e, pela ordem natural, seja pior que o Senhor, portanto, repito: “Vida longa a imperador!”.

Há pouco mais de seis meses, via nas ruas, estabelecimentos públicos e privados, igrejas, residências e demais localidades uma grande ansiedade com relação ao resultado do Tribunal Superior Eleitoral no tocante a Cassação do Mandato da então prefeita Rosiane Santos e, consequentemente, a posse de George Clemente como novo prefeito da cidade de São Miguel dos Campos. Bom, foi o que de fato aconteceu. Prefeita cassada, novo prefeito assumindo, aleluia! Agora tudo vai mudar...

Sem ser partidário, pois em minha matéria intitulada “15 ou 40?”, mostro a minha indignação sobre as brigas promovidas em cima desses números e não em ideologias, mas a decisão do TSE parecia agradar a grande maioria da população miguelense (repito essa era a impressão que tinha no momento). Os funcionários públicos (exceto os de cargo de comissão, evidente) estavam insatisfeitos pelos baixos reajustes salariais da antiga gestão. Eu, como funcionário da educação, passei um ano sem reajuste, mesmo realizando greves, paralizações e mobilizações... O resultado da greve? Corte de salários, lembram? Acho que não. E você servidor da saúde, guarda municipal enfim, servidores em geral, como avaliam aquele tempo?

Bom, dai veio a gestão do PSB na pessoa de George Clemente. A grande mudança que presenciei foi às cores dos prédios públicos. Agora é tudo verde e amarelo! Mudança na educação? Houve sim! Escolas em verde e amarelo. Mudança na saúde? Também. Nas cores da nossa seleção! Carrinhos de mão dos que “pegam carrego” na feira, verde e amarelo! Outra coisa também posso imaginar que tenha mudado. O saldo da conta corrente do fornecedor dessas tintas que modificou a paisagem de São Miguel!

Daí, começo a ouvir a insatisfação de muitos (acredite, até pessoas da base aliada, viu). São recorrentes as reclamações que ouço nas mesmas repartições e localidades que citei no início da matéria. Dizem: “O prefeito está ruim”, “Não está cumprindo bem seu mandato”, “As obras estão paradas”, “repasses de verbas não estão sendo feitos”, etc, etc, etc. Já diriam os que vivem perigos na série de Chapolin Colorado, “e agora, quem poderá nos defender?”. Já ouço dizer que a resposta mais adequada seja Nivaldo Jatobá. Isso mesmo, o 15. Exatamente o mesmo que passou 16 anos governando São Miguel.

Só assim, fico na dúvida. Que versão seria a 2013 de NJ? A excelente do primeiro mandato, a boazinha do segundo, a ruim do terceiro ou a péssima do quarto? Bom, claro que não há nada definido, ao menos para nós meros eleitores.

Tratarei ainda mais sobre esse tema nas próximas postagens.



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