quinta-feira, 17 de maio de 2012



É comum vermos pessoas demonstrando seu repúdio em relação à compra de voto. E na verdade uma prática reprovável mesmo. Votar em alguém por causa de uma dentadura, uma conta de energia, tijolo, e outros “agrados” só serve para diagnosticar e perpetuar o perfil de eleitor que temos. Mas, infelizmente, muitos que falam também negociam seu voto. Por exemplo, quem vota pra assegurar seu emprego, mesmo sabendo que seu candidato é corrupto, penso que também faz o mesmo que aquele que o faz por cinquenta reais. A diferença é que o retorno é maior.
Lamentavelmente, essa prática é comum também nos meios religiosos. Já presenciei alguns líderes “vendendo” seu rebanho por causa de telhado de igreja, ventiladores, sacos de cimento, enfim, como diriam o profeta Isaias: “...sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros...” (Isaias 6.5), ou seja, o perfil do povo era reproduzido pelo jovem profeta.
Outra atitude lamentável é quando se inicia uma verdadeira caça as bruxas em relação àqueles que não votam no “candidato da igreja”. O direito do voto, tão sagrado e democrático, fica restrito ao que o líder (seja pastor, padre, ancião, apóstolo, bispo, anjo, arcanjo, querubim, serafim...) indicar. Se o pobre membro não “comprar” a ideia está fora do projeto de Deus. Um absurdo! Quer dizer, se você trabalhar para outro candidato (até mesmo da própria denominação ou se for de sua família) se torna um desobediente, um rebelde. É claro que devemos considerar o que orienta os nossos líderes na fé, mas não nos tornarmos alienados ao ponto de abrir mão de nossos princípios e opinião apenas para corresponder ao acordo político realizado entre alguém e seu candidato. Vale destacar, ainda que, quem mais se beneficia com esses acordos não são os meros membros da congregação, mas um grupinho seleto que chega ao ponto de receber salários sem dar um murro numa broa (isso é fato!).
          Sendo assim, se o “queridinho” do seu líder, representar o anseio da comunidade religiosa que você participa, excelente! Una o útil ao agradável. Mas se sua preferência for por outra pessoa de boa índole, bom caráter e que comungue dos mesmos princípios (ainda que não seja de sua congregação) não titubei, seja coerente com sua consciência e faça jus a um dos maiores direitos da democracia brasileira, o voto consciente.



3 comentários:

  1. Amei amado!!!!!É pura verdaddddeeeee

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  2. Fantástico,realmente é o que infelizmente presenciamos no seio das nossas igrejas. De fato curruptibilidade.

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  3. achei muito interessante a sua colocação sobre votação,muito corajoso de expor a sua opinião nele pois essa informação vai servir mexer com muitas pessoas!

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