sexta-feira, 3 de agosto de 2012

SOU OPOSIÇÃO


Uma das marcas registradas desse blog são as publicações que apresentam opiniões sobre determinados acontecimentos de nossa cidade. Matérias como “15 ou 40?”, “Seja Crente, Mas Vote Consciente”, “Uma Igreja Imparcial”, “Mera Coincidência (?)” entre outras, causaram em nossos leitores reações das mais variadas que se possa imaginar. Tenho recebido elogios, ofensas e recomendações do tipo: “Wallace, cuidado!”. Até entendo que por vezes deixei aflorar meu lado PSOL, mas ainda não encontrei em meus textos nenhuma vírgula que tenha sido incompatível ou incoerente com a realidade de nosso município, ainda que seja consciente que nem tudo o que se imagina pode ser descrito nas redes sociais ou em qualquer meio de comunicação, de forma irresponsável e inconsequente.

A propósito, ao ler o que escrevo algumas pessoas me perguntam se sou oposição ou situação. A resposta é fácil, sou oposição. Oposição à falta de respeito com o funcionário público quando esse é tratado como tem sido os professores das universidades no Brasil em greve há quase 80 dias. Oposição à farra que se faz com dinheiro público. Com os valérios, cachoeiras e afins. Oposição às câmaras legislativas de muitos municípios que, a exemplo do que aconteceu em Rio Largo, apenas aprovam tudo que vem do executivo se isso lhes trouxer algum benefício financeiro. Sou oposição ao desrespeito que se constrói a uma pessoa aqui em São Miguel dos Campos se essa afirmar que é 15 ou 40. Me oponho a taxa elevada que pagamos todos os meses na conta de energia (herança da maioria dos atuais vereadores). Sou oposição à censura, a falta de liberdade de expressão a título de ficar marcado para sofrer perseguição política ou só Deus sabe o que mais. Me coloco contra o pensamento alienado de tantos que gritam: sou “isso” ou sou “aquilo” sem nem saber o porquê da afirmação. Sou oposição à falta de consideração de alguns bancos de nossa cidade com seus clientes, fazendo-os enfrentar horas a fio em filas que mais parecem campos de concentração. Protesto ter que acordar de madrugada se quiser ser atendido ou quem sabe pegar uma ficha para um especialista daqui há dois ou três meses por uma cooperativa de plano de saúde que recebeu meu pagamento antes mesmo de me atender. Sou oposição a líderes religiosos que ensinam a seus fiéis que não vendam seus votos, mas, para atender interesses pessoais vendem o rebanho para o candidato que pagar mais por cabeça. Sou contra a complacência da legislação em relação aos crimes cometidos por adolescentes que roubam, estupram e matam na certeza de que não terão a penalidade devida ao crime que cometeram.

São essas algumas das situações que enfrentamos no dia a dia. Não tenho a mediocridade que de opor a esse ou aquele candidato apenas por ter, como dizia Raul Seixas, aquela velha opinião formada sobre tudo. O que vemos é que grande parte dos devotos de São PMDB ou de Frei PSB não discutem ideologias, fatos, princípios (deixo claro que nesse contexto também existem pessoas de extrema competência. Pra esses, independente de opção partidária, eu tiro o chapéu). Na verdade, brigam apenas por rixas pessoais e rancores por ter perdido a “boquinha” quando um ou outro partido tomou posse do poder. Na verdade, não querem o melhor pra São Miguel, mas para o seu mundinho. São pessoas que não possuem competência em nenhuma área do saber e veem como única alternativa de projeção na vida um favor que possam ganhar do padrinho político que apoiam.

Um amigo meu contou uma resenha que ilustra com precisão essa realidade que tenho descrito. Certo prefeito foi para um evento e levou seu puxa saco de estimação.. Ao chegar, logo dezenas de pessoas cercaram a autoridade política. No calor da emoção por ver sua popularidade em alta, o prefeito liberou um peido sonoro. Para evitar o vexame público do mandatário, o puxa saco bateu a mão na barriga, assumiu o peido e pediu desculpa por não ter conseguido segurar o flato. 

Apesar de parecer piada, aqui pra nós, você deve conhecer pessoas com esse perfil. Acredito que enquanto lia esse causo sua mente fez uma varredura e encontrou pessoas com essa característica. Não quero com isso dizer que uma “mãozinha” não seja bem vinda em certas ocasiões. Lamento por nunca ter tido algum tipo de privilégio, desde que dentro da legalidade. Por outro lado, me orgulho em ter consciência que as minhas conquistas nunca tiveram como pré-requisito a bajulação. Admiro as pessoas que estão em eminência. As considero por entender que são dignas de honra e respeito. Agora, se passar por peidão para livrar a cara de alguém, tenha santa paciência! Como diria o estimado deputado Severino Cavalcante, prefiro me recolher a minha insignificância.

Wallace Gabriel

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