SOU OPOSIÇÃO
Uma das marcas registradas
desse blog são as publicações que apresentam opiniões sobre determinados
acontecimentos de nossa cidade. Matérias como “15 ou 40?”, “Seja Crente, Mas
Vote Consciente”, “Uma Igreja Imparcial”, “Mera Coincidência (?)” entre outras,
causaram em nossos leitores reações das mais variadas que se possa imaginar.
Tenho recebido elogios, ofensas e recomendações do tipo: “Wallace, cuidado!”.
Até entendo que por vezes deixei aflorar meu lado PSOL, mas ainda não encontrei
em meus textos nenhuma vírgula que tenha sido incompatível ou incoerente com a
realidade de nosso município, ainda que seja consciente que nem tudo o que se
imagina pode ser descrito nas redes sociais ou em qualquer meio de comunicação,
de forma irresponsável e inconsequente.
A propósito, ao ler o que
escrevo algumas pessoas me perguntam se sou oposição
ou situação. A resposta é fácil, sou
oposição. Oposição à falta de respeito com o funcionário público quando esse é
tratado como tem sido os professores das universidades no Brasil em greve há quase
80 dias. Oposição à farra que se faz com dinheiro público. Com os valérios,
cachoeiras e afins. Oposição às câmaras legislativas de muitos municípios que,
a exemplo do que aconteceu em Rio Largo, apenas aprovam tudo que vem do
executivo se isso lhes trouxer algum benefício financeiro. Sou oposição ao
desrespeito que se constrói a uma pessoa aqui em São Miguel dos Campos se essa
afirmar que é 15 ou 40. Me oponho a taxa elevada que pagamos todos os meses na
conta de energia (herança da maioria dos atuais vereadores). Sou oposição à
censura, a falta de liberdade de expressão a título de ficar marcado para
sofrer perseguição política ou só Deus sabe o que mais. Me coloco contra o
pensamento alienado de tantos que gritam: sou “isso” ou sou “aquilo” sem nem
saber o porquê da afirmação. Sou oposição à falta de consideração de alguns
bancos de nossa cidade com seus clientes, fazendo-os enfrentar horas a fio em
filas que mais parecem campos de concentração. Protesto ter que acordar de
madrugada se quiser ser atendido ou quem sabe pegar uma ficha para um
especialista daqui há dois ou três meses por uma cooperativa de plano de saúde
que recebeu meu pagamento antes mesmo de me atender. Sou oposição a líderes
religiosos que ensinam a seus fiéis que não vendam seus votos, mas, para
atender interesses pessoais vendem o rebanho para o candidato que pagar mais
por cabeça. Sou contra a complacência da legislação em relação aos crimes
cometidos por adolescentes que roubam, estupram e matam na certeza de que não
terão a penalidade devida ao crime que cometeram.
São essas algumas das
situações que enfrentamos no dia a dia. Não tenho a mediocridade que de opor a
esse ou aquele candidato apenas por ter, como dizia Raul Seixas, aquela velha opinião formada sobre tudo.
O que vemos é que grande parte dos devotos de São PMDB ou de Frei PSB não
discutem ideologias, fatos, princípios (deixo claro que nesse contexto também existem pessoas de extrema competência. Pra esses, independente de opção partidária, eu tiro o chapéu). Na verdade, brigam apenas por rixas
pessoais e rancores por ter perdido a “boquinha” quando um ou outro partido
tomou posse do poder. Na verdade, não querem o melhor pra São Miguel, mas para
o seu mundinho. São pessoas que não possuem competência em nenhuma área do
saber e veem como única alternativa de projeção na vida um favor que possam
ganhar do padrinho político que apoiam.
Um amigo meu contou uma
resenha que ilustra com precisão essa realidade que tenho descrito. Certo
prefeito foi para um evento e levou seu puxa saco de estimação.. Ao chegar,
logo dezenas de pessoas cercaram a autoridade política. No calor da emoção por
ver sua popularidade em alta, o prefeito liberou um peido sonoro. Para evitar o
vexame público do mandatário, o puxa saco bateu a mão na barriga, assumiu o
peido e pediu desculpa por não ter conseguido segurar o flato.
Apesar de parecer piada, aqui
pra nós, você deve conhecer pessoas com esse perfil. Acredito que enquanto lia
esse causo sua mente fez uma
varredura e encontrou pessoas com essa característica. Não quero com isso dizer
que uma “mãozinha” não seja bem vinda em certas ocasiões. Lamento por nunca ter
tido algum tipo de privilégio, desde que dentro da legalidade. Por outro lado,
me orgulho em ter consciência que as minhas conquistas nunca tiveram como
pré-requisito a bajulação. Admiro as pessoas que estão em eminência. As
considero por entender que são dignas de honra e respeito. Agora, se passar por
peidão para livrar a cara de alguém, tenha santa paciência! Como diria o estimado
deputado Severino Cavalcante, prefiro me recolher a minha
insignificância.
Wallace Gabriel
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