quinta-feira, 12 de julho de 2012


Políticos com processos tentam ganhar seu voto

Em Alagoas, todos os municípios têm pelo menos um candidato com problemas judiciais



      Sair às ruas, pedir o voto, mostrar seu programa de governo, não tem sido o suficiente que a socie­dade eleja representantes compromissados, digamos com a moralidade. De 2008 a 2012, Alagoas foi recha­çada por um bombardeio de escândalos de todos os tipos.
     E a contribuição para que estes atos improbos ao me­nos não tenham continuida­de, é por meio das urnas. Ter processos na Justiça ou não será fator preponderante nas eleições deste ano.
      Exemplo clássico e pou­co a ser seguido é do prefei­to afastado Marcos Santos (PTB), de Traipu. Basta ana­lisar a série de denúncias formuladas pelo Ministério Público Estadual, no qual ele está por trás de um suposto esquema que desviou R$ 8 milhões dos recursos federais destinados à Educação.
      As suspeitas não cessam. O ápice ocorreu em 2011 quando a Polícia Federal desencadeou a operação Ta­banga. O MP constatou que o prefeito era sócio de uma empresa que ganhava to­das as licitações municpais. Notas fiscais frias foram en­contradas aos montes para comprovar como operava o esquema.
      É com essa desconfiança que Marcos Santos subirá aos palanques para conven­cer o eleitor que Traipu ne­cessita de mais um mandato de seu grupo político.
      A chapa já está monta­da e aprovada. Santos e sua nora, Julliany Machado, sua atual vice foram aclamados durante as convenções parti­dárias do PTB na cidade.
      Sobre Julliany, o Ministé­rio Público pediu seu afasta­mento da prefeitura por dar continuidade aos atos do pre­feito em Traipu.
      Prefeito e vice de Traipu são suspeitos de atos de im­probidade. Marcos e Julliany são apenas os maiores exem­plos de casos, de políticos, com ações na Justiça que vão tentar - mesmo sob suspeita - ganhar seu voto este ano.
Lista é extensa e pelos mais diversos crimes
      Outro exemplo mais pró­ximo é Rio Largo, onde dez vereadores e o prefeito Toni­nho Lins (PSB) foram afas­tados acusados de facilitar venda de terreno para cons­trutora.
     Em Palmeira dos Índios, além do prefeito James Ri­beiro (PSDB) ter sido enqua­drado por nepotismo, o seu opositor Petrúcio Bandeira (PTB) também tem contas a acertar com a Justiça.
     Messias também sofre desse mal. Jarbas Omena (PSDB) está na lista do Tri­bunal de Contas da União pela operação Sanguessuga, de compra irregular de am­bulâncias.
    Em Delmiro Gouveia, no Sertão, Lula Cabeleira (PMDB), espera julgamento sobre a morte do vereador Fernando Aldo. Limoeiro de Anadia tem seu prefeito Ja­mes Marlan (PP), que concor­re à reeleição, com ações no Tribunal de Justiça do Esta­do, por suposta contratação de veículos irregularmente.
     Subindo o mapa, rumo a Novo Lino, lá o prefeito Everaldo Barbosa, vai ten­tar mais um mandato com o peso de 14 processos judi­ciais tramitando. Descendo um pouco, chegamos a União dos Palmares, onde o ex­-governador Manoel Gomes de Barros é candidato e tam­bém tem processo no TJ por porte ilegal de arma. Mesma acusação acontece em Lagoa da Canoa, com o prefeito Jair Lira(PSC).
    O prefeito Dudui (PP), de São José da Laje, responde na Justiça por ter aumenta­do a aposentadoria da pró­pria mãe na prefeitura. Vol­tando para o Sertão, em Ouro Branco, o prefeito Atevaldo Cabral (PMDB) é acusado de pedofilia. Ali pertinho, em Canapi, um dos indiciados na operação Taturana - que des­viou mais de R$ 300 milhões da Assembleia Legislativa do Estado - Celso Luiz, ex-pre­sidente da Casa é candidato.
     A bela Maragogi tem Sér­gio Lyra (PSDB) como can­didato a prefeito. Ele está inserido na operação Gabiru, que desviou recursos da me­renda.
Ribeiro foi enquadrado por nepotismo
    O serviço público é o pilar de uma administração política. A lei, no entanto, promove que não deve haver nepotismo, favoreci­mento de familiares nos cargos do Executivo municipal, estadual e federal. Outro candidato à ree­leição, James Ribeiro (PSDB), em Palmeira dos Índios, teve de cumprir uma determinação do Ministério Público para demitir todos os seus parentes de sua administração, principalmente aqueles que ganhavam altos sa­lários e desempenhavam pouco trabalho no município.
Jatobá responde por trabalho escravo
     O PMDB anunciou Nivaldo Jatobá para disputar a Prefeitu­ra de São Miguel dos Campos contra George Clemente (PSB). Jatobá administrou o município por dois mandatos. A última denúncia que chega contra o usineiro diz respeito ao trabalho escravo constatado pelo Minis­tério do Trabalho na fazenda Gunga, próximo a Roteiro. Com a função de retirar os cocos das árvores e descascá-los, cada um dos trabalhadores recebia apenas R$ 0,70 por coqueiro, além de viver em barracos.
FONTE: www.tribunahoje.com

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