Programa Na Moral, da TV Globo, apresentou
casamento gay entre lésbicas que se declaram evangélicas.
A edição de ontem do
programa Na Moral, da TV Globo, apresentou uma cerimônia de união civil entre
duas mulheres evangélicas que viviam há 17 anos juntas.
O tema do programa foi a união entre pessoas do mesmo sexo, e
durante as conversas sobre o assunto, as noivas eram preparadas para a
cerimônia por um casal de cabeleireiros gays que ficou reconhecido no movimento
homossexual como o primeiro a conseguir o direito a adoção de uma criança,
chamada Theodora.
Embora
tenha sido anunciado pelas mídias que os pastores gays Fabio Inacio e Marcos
Gladstone, da Igreja Cristã Contemporânea do Rio de Janeiro participariam da
cerimônia, o programa não os apresentou. Inacio e Gladstone são líderes de Aline e Simone na igreja inclusiva, de acordo com
informações repassadas pelo pastor gay Fabio Inacio ao Gospel+.
A atração contou com a presença da atriz Glória Pires e do
ativista gay e estilista Carlos Tufvesson, que ficou conhecido ao ter seu
pedido de casamento com seu parceiro negado pelo juiz. Pedro Bial apresentou um
vídeo do juiz explicando o motivo de não ter concedido o direito ao casamento
civil à dupla, e afirmou que embora alguns juízes entendam que é permitido, em
seu entender a lei não autoriza casamentos dessa natureza.
Durante o programa, o apresentador Pedro Bial apresentou
diversos pontos de vista sobre o assunto, sempre com conotação favorável à
causa do movimento gay, e criando ligações com a história de Aline e Simone, a
dupla lésbica que se casou no programa.
Em determinado ponto do programa, o apresentador afirmou que “o
ativismo gay é uma minoria que faz muito barulho, mas existe uma maioria
silenciosa que é maioria”, referindo-se ao fato de que muitas pessoas não
concordam com as exigências do movimento homossexual.
Os filhos de Simone falaram sobre a relação de sua mãe com sua
parceira Aline, e exaltaram a convivência da família e o desprezo pela crítica
de pessoas que não concordam com o estilo de vida adotado pelas duas. O filho
de Simone, que a conduziu ao altar, disse considerar Aline como um “verdadeiro
pai”.
A menina Theodora foi a dama de honra da cerimônia realizada
pela desembargadora Maria Berenice Dias, que fez referência à determinação de
Aline e Simone em se casarem: “Eu queria agradecer a vocês por essa coragem.
Coragem de sonharem pelo amor, pela felicidade. Hoje vocês estão dando um passo
muito importante para nós construirmos um Brasil mais cidadão, mais igual, mais
livre”, discursou.
As duas noivas assinaram os papéis e fizeram seus votos de
fidelidade e Simone ressaltou a seriedade com que encarava a circunstância:
“Até que a morte nos separe”.
Embora o programa tenha apresentado a cerimônia de casamento
entre duas lésbicas, o beijo gay não foi mostrado. No dia da gravação, o pastor
gay Fábio Inacio especulou que a edição do programa poderia suprimir o ato: “A
gravação foi emocionante, com direito a beijo e tudo no final… Vamos torcer que
não seja cortado na edição”, havia dito. Em vez de mostrar o tradicional beijo
de casais, o programa mostrou apenas um “selinho” entre as noivas.
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